A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou, nesta sexta-feira (10), que considera a possibilidade de que a origem da contaminação de bebidas com metanol esteja na compra, por falsificadores, de etanol combustível adulterado com metanol.
Conforme o órgão, há indícios de que o Primeiro Comando da
Capital (PCC) esteja envolvido. A organização criminosa está sendo investigada
por adulterar combustíveis e lavar dinheiro em postos de gasolina.
Guilherme Derrite, titular da SSP-SP, enfatizou, durante
coletiva de imprensa, que "o crime organizado adulterava o etanol para
lucrar, e esse etanol contaminado acabou sendo usado por falsificadores de
bebidas".
O secretário ressaltou, ainda, que
os responsáveis podem responder por associação criminosa e até homicídio
culposo, e que o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) deve avaliar
as linhas de investigação.
A suspeita surgiu no rastro do primeiro dos cinco óbitos já
confirmados no estado. No bar que a vítima frequentou, foram apreendidas nove
garrafas, oito delas com presença de metanol, variando de 14,6% a 45,1% do
conteúdo.
De acordo com a Superintendência da
Polícia Técnico-Científica Polícia de São Paulo (SPTC-SP), foi constatado que algumas
das garrafas apreendidas continham apenas metanol, sem presença de álcool
etílico.
O órgão detalhou, ainda, que 1,8 mil garrafas foram arrestadas
em diversos estabelecimentos. Destas, 300 já foram periciadas, sendo que cerca
de 50% apresentaram de 10% a 45% de metanol.
Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo (PCSP), o
proprietário do bar confessou que havia comprado as garrafas de uma
distribuidora não autorizada, investigada, posteriormente.
O inquérito apontou que o estabelecimento utilizava etanol de
posto de combustíveis na fabricação irregular das bebidas. “O falsificador foi
no posto comprar etanol para falsificar a bebida, e o dono do posto vendeu
etanol falsificado com metanol”, explicou Derrite.
No final de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, disse que o problema das
contaminações por metanol em bebidas alcoólicas é “estrutural”, não
tendo relação com o crime organizado.
*Com informações do g1
BA.