Um dos dois homens presos nesta terça-feira (14), por suspeita de participação no desaparecimento de três jovens na cidade de Anguera, a 45 km de Feira de Santana, foi o responsável por guiar policiais até o local onde os corpos que podem ser das amigas foram encontrados.

Letícia Araújo Rodrigues, de 22 anos, Carol Ferreira Rodrigues, 21, e Rafaela Carvalho Silva, 15, foram vistas com vida pela última vez no dia 6 de outubro. Elas são moradoras da cidade e saíram de casa dizendo que iam até a zona rural buscar peças de roupas.

Segundo o delegado José Marcos Rios, responsável pela investigação, também foi na zona rural que os corpos estavam. O ponto fica próximo a um riacho, em uma área de mata, com difícil acesso. Esse detalhe foi alertado pelo próprio suspeito, que se ofereceu para ir até o local com os policiais.

"De fato, a gente não iria conseguir chegar só com a informação. O lugar é muito difícil. Só [chega] quem conhece a fundo a região. Tem uma trilha, um labirinto que passa por um riacho..." , destacou o delegado, em entrevista à TV Subaé, afiliada da TV Bahia na região.

Os corpos foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana, onde passarão pelo processo de identificação formal. Até a última atualização desta reportagem, ainda não havia confirmação das identidades.

Segundo o delegado, mesmo com a colaboração do suspeito, o caso não está concluído. "Nós temos muito trabalho pela frente. Nós tivemos avanços importantes, mas temos ainda que esclarecer muitas coisas. Motivação, dinâmica do crime, todos os autores, função de cada um e se teve alguém que ordenou", afirmou.

Prisões em Feira de Santana

O homem e o suposto comparsa foram presos em Feira de Santana, durante uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira. Além dos dois, outros três investigados já foram detidos na região.

Inicialmente, a Polícia Civil (PC) registrou o caso como desaparecimento, mas, diante do avanço das investigações, passou a apurar como sequestro no final da última semana. O delegado ressaltou que o envolvimento do crime com o tráfico de drogas não está descartado.

As famílias das jovens pedem Justiça. "Cadeia é pouco para esses covardes, porque, o que essas meninas fizeram para esses covardes fazerem tamanha crueldade? Eu estou indignada. Se você me perguntar qual é o meu sentimento, é ódio", disse Juliana Araújo, mãe de Letícia.