 
                Israel informou nesta quinta-feira (16) que está se preparando para reabrir a passagem de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, permitindo a entrada e saída de palestinos. No entanto, o governo de Benjamin Netanyahu não definiu uma data para a reabertura, em meio à persistência de tensões e acusações mútuas de violação do cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.
Um dos principais entraves nas negociações é a devolução dos corpos de reféns israelenses mantidos pelo Hamas. O grupo islâmico afirma que parte dos corpos está sob escombros e que a localização é difícil, o que atrasaria o processo. Já Israel exige o retorno imediato dos restos mortais dos 28 reféns que morreram durante o conflito. Segundo o Hamas, dez corpos já teriam sido entregues — alegação negada por Tel Aviv, que afirma que nenhum deles pertence às vítimas israelenses.
“Não faremos concessões quanto a isso e não pouparemos esforços até que nossos reféns mortos retornem, até o último deles”, declarou um porta-voz do governo israelense na quarta-feira (15).
Além da questão dos reféns, outros pontos do plano de 20 etapas proposto pelos Estados Unidos seguem sem consenso, incluindo o desarmamento do Hamas e a definição sobre o futuro governo de Gaza.
O Hamas, por sua vez, acusa Israel de desrespeitar o cessar-fogo ao matar pelo menos 24 pessoas em tiroteios desde a última sexta-feira (10). Nesta quarta, uma autoridade do grupo afirmou que apresentou aos mediadores uma lista de supostas violações cometidas por Israel.
“O Estado ocupante está trabalhando dia e noite para minar o acordo por meio de suas violações em campo”, declarou o representante do Hamas.
As Forças Armadas israelenses não responderam diretamente às acusações, mas afirmaram anteriormente que palestinos ignoraram avisos para não se aproximarem das áreas de cessar-fogo e que as tropas “abriram fogo para remover a ameaça”.
Segundo Israel, a próxima fase do plano americano para encerrar o conflito prevê que o Hamas entregue suas armas e abra mão do poder em Gaza — condições que o grupo continua a rejeitar.
 
                         
                         
                         
                        