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Política

Em reunião de emergência com ministros, Lula avalia decretar GLO no Rio de Janeiro

29 de Outubro de 2025 | 17h 22
Em reunião de emergência com ministros, Lula avalia decretar GLO no Rio de Janeiro
Foto: Egberto Ras/Enquadrar/Estadão Conteúdo

De volta ao Brasil, após viagem à Ásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou, na manhã desta quarta-feira (29), uma reunião com ministros, a fim de entender a situação e tomar providências em relação à Segurança Pública no estado do Rio de Janeiro.

O encontro foi solicitado após a megaoperação deflagrada, nesta terça-feira (28), pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, com o aval do governador do estado, Cláudio Castro (União Brasil), nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense.

Interlocutores do Governo Federal avaliam a necessidade de uma intervenção no Rio de Janeiro. Cogita-se a instauração de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dispositivo excepcional e temporário para o controle de uma pontual crise na Segurança Pública.

A Operação Contenção, como foi batizada pelas autoridades locais, deixou um saldo de 119 mortos. A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DP-RJ), no entanto, fala em 132 óbitos. Esta foi a mais letal ação policial ocorrida no estado, nos últimos 15 anos.

Na manhã desta quarta-feira (29), moradores das duas comunidades retiraram mais de 70 corpos de dentro de áreas de mata e os enfileiraram na Praça São Lucas, um dos pontos mais movimentados da região.

Lula encontra-se reunido com membros de seu governo no Palácio da Alvorada, em Brasília, capital federal. Estão presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Ricardo Lewandowski (Justiça), além do Secretário de Comunicação Sidônio Palmeira e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil, Geraldo Alckmin (PSDB), que deu início, ontem, ao diagnóstico sobre o incidente, enquanto Lula retornava ao Brasil. 

Na noite passada, Alckmin esteve na Base Aérea de Brasília, com o intuito de repassar ao presidente as primeiras informações sobre a Operação Contenção e seus desdobramentos políticos.

Segundo o Governo Federal, o chefe do Executivo do Rio de Janeiro, governador Cláudio Castro, não teria avisado sobre a megaoperação policial, mas, ainda assim, chegou a reclamar de não ter tido apoio do governo central para o uso de veículos blindados.

Inicialmente, Castro tentou transferir a responsabilidade do caos na Segurança Pública estadual para o Governo Federal, mas declinou da acusação, após conversa com a ministra Gleisi Hoffmann. O governador teria dito que não teve essa intenção e que suas falas teriam sido mal interpretadas.

O Governo Federal discute a possibilidade de diálogo com Castro para uma ação conjunta. Isto porque a implantação da GLO depende, também, de uma solicitação do governador.

A politização do assunto, entretanto, dá sinais de polarização e deve vir à tona durante as eleições do ano que vem.

Na manhã de hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deve se candidatar ao governo de São Paulo em 2026, opinou sobre o incidente, acusando Cláudio Castro de não colaborar com o combate ao contrabando de combustíveis, que, na visão do gestor, está na base do financiamento das organizações criminosas. “Nós, da Fazenda, estamos atuando forte, no Rio de Janeiro, contra o crime organizado. Na minha opinião, da maneira mais eficaz, que é na questão dos combustíveis. Eu penso que o governador deveria nos ajudar em relação a isso. O Governo do Rio não tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível, que é como se irriga o crime organizado”, apontou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), possível candidato à Presidência da República, deve exonerar o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), para que ele, temporariamente, o mandato na Câmara dos Deputados, para relatar, ainda em novembro, o projeto que equipara organizações criminosas a terroristas.

A proposta, que teve sua urgência aprovada em maio, é de autoria do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) e estende a aplicação da lei antiterrorismo a organizações criminosas e milícias privadas. Esta é aposta dos deputados de direita para tratar do a questão, em contraposição à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que é a aposta do Governo Federal. 

No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro também convocou uma reunião de urgência com a alta cúpula da Segurança Pública, com o intuito de avaliar a operação deflagrada pelas polícias Civil e Militar.

 

 

 

 

 



*Com informações de O Estado de Minas.



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