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César Oliveira

A reação contra o crime organizado

18 de Novembro de 2025 | 20h 54
A reação contra o crime organizado

O crime organizado mantém cerca de 30% da população brasileira sob controle, submetida a ameaças, exploração e subjugação. Trata-se de uma parcela que já não vive plenamente sob a soberania do Estado brasileiro — expressão tão em voga ultimamente —, mas sob uma lógica paralela. As organizações criminosas infiltraram-se em diversos setores da economia, como empresas de ônibus, postos de combustíveis, pizzarias, lojas de chocolate e ferros-velhos, para lavar dinheiro em larga escala. Ao mesmo tempo, ampliaram sua influência na política, na polícia e até no Judiciário, aprofundando suas conexões com a sociedade.

 O avanço do crime organizado tornou-se uma das principais preocupações do país. A recente operação da Polícia Militar no Rio de Janeiro, que resultou em 120 mortos e recebeu ampla aprovação popular, explicitou a demanda por uma resposta mais contundente do Estado.

Na Bahia — que há mais de uma década figura entre os estados mais violentos do Brasil —, a situação também é crítica. A PM baiana, intensificou suas ações e tornou-se a corporação que mais mata no país. A expansão das facções no estado está diretamente relacionada à omissão histórica do poder público estadual, sob gestão do PT há quase 20 anos. Mesmo que as operações policiais recentes sejam necessárias e positivas, os resultados deverão aparecer apenas no longo prazo. Para surtir efeito, a ação precisa ser contínua, abrangente e articulada em todo o território baiano.

No plano federal, o Ministério da Justiça tem sido considerado inoperante diante do desafio. Pouco foi feito para conter o tráfico de armas nas fronteiras ou para organizar uma força-tarefa capaz de estrangular financeiramente as facções. Sem uma estratégia clara e uma liderança comprometida com o enfrentamento do crime organizado, o esforço policial tende a ser limitado — embora a ampliação das operações da PM represente um avanço relevante.



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