Enquanto a Bahia segue em convulsão pela violência, pobreza
extrema, educação fracassada, o MO Ministério Público da Bahia ingressou com
uma ação civil coletiva contra a cantora Claudia Leitte, acusando-a de prática
de intolerância religiosa após a alteração de letras de músicas do axé music em
apresentações públicas. A ação tramita na 7ª Vara da Fazenda Pública de
Salvador e pede indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, além da
imposição de restrições à atuação artística da cantora.
As músicas são da própria Claudia Leite e ela tem o direito de mudar por convicção religiosa, liberdade de expressão e de consciência de cantar suas músicas com a versão que
desejar. É incrível que o MP direcione sua força, tempo, recursos, para essa "proteção religiosa" e que exija um
valor desproporcional como indenização.
O Ministério disse que ação de Claudia Leite representa um “esvaziamento
simbólico de elementos centrais da cultura afro-brasileira”. Em nenhum momento
o MP quis saber se ela agiu com essa intenção deliberadamente ou se isso é fruto
de sua conversão religiosa.
Enquanto isso, três negros , funcionários de uma empresa de
internet são torturados e mortos por uma facção porque esta não pagou “ pedágio”
para atuar nesse local que ela domina. Esta sim é uma tragédia que causa enorme
prejuízo a massa de trabalhadores negros.
Não se sabe de ação do MP exigindo resposta a esta barbárie de
“ dano coletivo”. É compreensível. Ele está ocupado demais censurando música.