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  • Feira de Santana, segunda, 22 de dezembro de 2025

César Oliveira

Ministério Público prefere ocupar-se de censurar Claudia Leite do que combater a violência real contra negros

21 de Dezembro de 2025 | 17h 45
Ministério Público prefere ocupar-se de censurar Claudia Leite do que combater a violência real contra negros

Enquanto a Bahia segue em convulsão pela violência, pobreza extrema, educação fracassada, o MO Ministério Público da Bahia ingressou com uma ação civil coletiva contra a cantora Claudia Leitte, acusando-a de prática de intolerância religiosa após a alteração de letras de músicas do axé music em apresentações públicas. A ação tramita na 7ª Vara da Fazenda Pública de Salvador e pede indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, além da imposição de restrições à atuação artística da cantora.

As músicas são da própria Claudia Leite e ela tem o direito de mudar por convicção religiosa, liberdade de expressão e de consciência  de cantar suas músicas com a versão que desejar. É incrível que o MP direcione sua força, tempo, recursos,  para essa "proteção religiosa" e que exija um valor desproporcional como indenização.

O Ministério disse que ação de Claudia Leite representa um “esvaziamento simbólico de elementos centrais da cultura afro-brasileira”. Em nenhum momento o MP quis saber se ela agiu com essa intenção deliberadamente ou se isso é fruto de sua conversão religiosa.

Enquanto isso, três negros , funcionários de uma empresa de internet são torturados e mortos por uma facção porque esta não pagou “ pedágio” para atuar nesse local que ela domina. Esta sim é uma tragédia que causa enorme prejuízo a massa de trabalhadores negros.

Não se sabe de ação do MP exigindo resposta a esta barbárie de “ dano coletivo”. É compreensível. Ele está ocupado demais censurando música. 



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