Em longo discurso no lançamento do BRT, o governador reafirmou propostas da campanha
Por enquanto o governador da Bahia não tem nada a mostrar ao eleitor de Feira de Santana. Mas injetou ânimo ao discursar no lançamento da obra do BRT, na Pampalona, nesta segunda-feira (29).
Garantiu que conseguiu equacionar com o Banco Mundial a inclusão em um empréstimo, da verba para construir um novo hospital geral. O dinheiro inicialmente seria apenas para um hospital em Ilhéus, cuja ordem de serviço será dada em agosto. Mas graças à negociação, o de Feira será lançado até o final do ano, garantiu Rui. E acrescentou que a destinação do Clériston Andrade será discutida com o prefeito José Ronaldo.
O problema para Rui é que suas promessas estão quase todas atreladas a decisões que não são dele. Por exemplo, causou sensação na plateia ao falar sobre a possibilidade de um trem de passageiros, fazendo a ligação entre Feira e Salvador a uma velocidade de 150 quilômetros por hora. Mas para isso precisa que o governo federal acate suas ideias para a Ferrovia Centro Atlântica, que implicam inclusive uma mudança de traçado, saindo do Recôncavo e Alagoinhas para vir a Feira. É uma proposta que Rui apresentou na campanha, mas foi recebida com entusiasmo e como novidade pelo público na Pampalona.
Esta ferrovia se integraria a toda a logística de movimentação de cargas, que no discurso do governo do estado é o caminho para o desenvolvimento de Feira. O que passa também pelo aeroporto João Durval. Neste, é preciso ampliar a pista, para que receba aviões cargueiros e entre na rota da aviação de verdade. Depende também de investimento do governo federal. Enquanto isso, mostrando que está atento ao que se passa na cidade, Rui garantiu - sob aplausos - que falou com o presidente da Azul, que lhe disse que assim que o balizamento noturno estiver homologado, voltará o voo direto entre Feira e Campinas. “Sei que esse é o desejo da comunidade”, reconheceu.
Ainda em relação ao aeroporto, o governador reafirmou sua intenção de abrir uma avenida denominada Perimetral, que sairia da BR 324, na altura da entrada para a BR 101 e seguiria rumo ao aeroporto, facilitando a entrada e saída de cargas (a Perimetral continua após o aeroporto, até o entroncamento de Tanquinho). Teria ainda a virtude de retirar caminhões de dentro da cidade. Essa o governador disse que espera conseguir começar até o fim do mandato. Finalmente, Rui citou os planos do governo federal, de duplicação do Contorno e da BR 116 Norte rumo a Serrinha, da 116 Sul até Gandi e de uma possível construção de uma terceira pista pelo menos em trechos da BR 324, ideia que foi incluída no pacote de intenções de concessões anunciado recentemente por Dilma Rousseff.