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Saúde

Em cinco anos, Hospital da Mulher realizou mais de 150 mil atendimentos

Karoliny Dias - 25 de Outubro de 2018 | 16h 46
Em cinco anos, Hospital da Mulher realizou mais de 150 mil atendimentos
Foto: Reprodução

O Hospital Inácia Pinto dos Santos, mais conhecido como Hospital da Mulher, foi inaugurado no dia 30 de janeiro de 1992. Idealizado por médicos de um hospital da rede particular de Feira de Santana, foi chamado, inicialmente, de Hospital Santa Maria. Logo após a Prefeitura Municipal assumir a gestão, transformou a unidade na Secretaria de Ação Comunitária, onde também funcionava um posto médico.

A iniciativa de construir o Hospital da Mulher foi do então prefeito Colbert Martins da Silva, pai do atual prefeito Colbert Martins Filho. Ele sonhava com uma unidade de saúde que atendesse, especificamente, as mulheres. Por isso, quando reassumiu a Prefeitura, em 1988, deu início às obras. A Fundação Jackson do Amauri foi a primeira entidade a gerir o hospital, com recursos da Prefeitura. A instituição era composta por comerciantes e médicos e a sede ficava em uma das casas de Colbert Martins.

Como era ano de eleição, a Fundação entregou a administração da unidade à Prefeitura. Essa época coincidiu com o término da gestão Colbert Martins. Assim, a partir de 3 de março de 1992, o Hospital da Mulher passou a ser gerido, definitivamente, pela administração municipal, já no governo do ex-prefeito João Durval Carneiro, tendo como diretor o médico Carlos Kruschewsky.

No ano de 1993, foi instituída, via lei municipal, a Fundação Hospitalar de Feira de Santana (FHFS), pessoa jurídica, com direito público e prazo de duração indeterminado, sem finalidade lucrativa e vinculada à Secretaria Municipal de Saúde. O objetivo era promover e executar ações de saúde pública. E essa entidade passou, então, a gerir o Hospital da Mulher, que tem como finalidade a assistência da saúde da mulher e da criança.

HOMENAGEM – Inácia Pinto dos Santos era mãe Francisco Pinto dos Santos, mais conhecido como Chico Pinto, político de esquerda eleito prefeito de Feira de Santana em 1964, mas logo destituído do cargo pelo Regime Militar, que tomou o poder naquele ano. Chico Pinto tornou-se, então, preso político. “Quando obteve permissão para visitar o filho na prisão, ela o estimulou a lutar e a resistir. Inácia Pinto pertenceu também a várias associações feirenses, como a Senhoras de Caridade e a Santa Casa de Misericórdia. Então, por sua história e pelos importantes serviços prestados à comunidade de Feira de Santana, o prefeito Colbert Martins da Silva e a Câmara de Vereadores resolveram render-lhe essa homenagem, dando seu nome ao Hospital da Mulher”, conta Gilbert Lucas, diretora-presidente da Fundação Hospitalar de Feira de Santana.

Atualmente, o Hospital Inácia Pinto conta com diversos serviços de atendimento materno-infantil, como obstetrícia emergencial, projeto Mãe Canguru, Banco de Leite, Casa da Puérpera, nove leitos de UTI Neonatal, berçário de médio risco, Ambulatório de Pediatria (com 11 especialidades), pré-natal de alto risco, além de realizar atendimentos de Psicologia Infantil, fonoaudiologia e fisioterapia. A unidade também conta com um laboratório de referência. “Os tipos de atendimento mais realizados são os de obstetrícia, na emergência, e os de especialidades pediátricas, no ambulatório”, explica a gestora.

BALANÇO – De 2013 até hoje, foram quase de 152 mil atendimentos e mais de 50,2 mil internamentos. Somente em 2018, o Hospital da Mulher já realizou mais de 26,9 mil atendimentos. Destes, 6,6 mil demandaram internação. Do total de procedimentos, 54% foram de partos normais e 47% de partos cesáreos, dos quais 11% foram prematuros, com uma variação mínima de 9% e máxima de 12%, a depender do mês. “Nosso indicador de parto cesáreo ainda é grande, porque muitas unidades que só fazem parto normal referenciam para realizar a cesárea no Hospital da Mulher”, justificou Gilbert Lucas, salientando ainda que é grande o número de adolescentes grávidas atendidas. “Ao todo, 28% dos partos realizados são de adolescentes”, informa.

Para realizar tantos atendimentos, a unidade é bem equipada, como relata a gestora. “Todos os equipamentos são padronizados segundo os moldes exigidos pelo Ministério da Saúde. Todos os anos, são adquiridos equipamentos novos, para a melhoria da assistência. Em 2018, por exemplo, adquirimos vários equipamentos para UTI Neonatal e para o Centro Obstétrico”, enfatiza.

Mas, segundo Gilbert Lucas, o hospital ainda tem algumas carências. “Há casos de não atendimento por falta de leitos. A nossa maior dificuldade ainda é o recebimento de gestantes sem regulação, especialmente de outros municípios, o que causa a superlotação da nossa unidade. Outra dificuldade também tem a ver com regulação, mas de recém-nascidos para alta complexidade”, destaca.

A diretora-presidente diz, no entanto, que a maioria das gestantes avaliadas na emergência é atendida. “Os relatos de não atendimento têm diminuído consideravelmente, já que, em 2015, mais uma enfermaria, com 15 leitos, foi implantada. Em 2016, a emergência também ganhou o setor de classificação de risco. No momento, estamos com uma criança que, há seis meses, aguarda para realizar uma cirurgia via Central de Regulação Estadual”, lamenta.

AMPLIAÇÃO DE VAGAS – De acordo com Gilbert Lucas, existe uma expectativa de ampliação de vagas para o Hospital da Mulher. “Está em andamento um projeto que visa a implantação de uma Casa de Parto intra-hospitalar, ainda em 2019. Serão cinco novos leitos destinados à partos humanizados. Com isso, esperamos realizar, em média, 120 partos por mês”, comemora.

Ela ressalta ainda que outro projeto tem o objetivo de implantar uma Casa de Parto extra-hospitalar, mas interligada ao Hospital da Mulher. “Essa unidade terá mais cinco leitos. O projeto já foi enviado ao Ministério da Saúde e estamos aguardando a liberação do recurso”, relata.

A diretora diz que também existem alguns projetos de reforma do Hospital da Mulher em andamento, que compreende a realização de melhorias na entrada da unidade, a reforma do berçário, da Central de Esterilização e de toda parte elétrica, além da ampliação do ambulatório.

UTI NEONATAL – Os nove leitos de UTI Neonatal são importantíssimos para o salvamento de bebês, especialmente prematuros. “Crianças prematuras necessitam de atenção e cuidados especiais. No caso de bebês prematuros extremos, esse cuidado precisa ser intensificado ainda mais, porque demandam empenho e protocolos específicos, além de multiprofissionais. Existe toda uma tecnologia disponível na UTI Neonatal, a fim de que tenham maior chance de sobrevivência e condições adequadas”, destaca.

De acordo com Gilbert Lucas, as gestações de alto risco são as que mais têm chance de prematuridade. Mulheres que possuem doenças como hipertensão e diabetes, grávidas de gêmeos, com problemas no colo uterino, ausência de pré-natal e anomalias congênitas do bebê são, hoje, as que têm maior probabilidade de dar a luz a bebês prematuros.

RESIDÊNCIA MÉDICA – O Hospital da Mulher também tem uma Residência Médica. “Ela é importantíssima para o acompanhamento das ações e assistência. São, ao todo, quatro residentes na área de ginecologia e obstetrícia, que funciona conforme protocolo do Ministério da Educação. A preceptoria acompanha todas as etapas de supervisão dentro da unidade. Além de todo o conhecimento prático adquirido, a grande vantagem sobre qualquer outra carreira é que os residentes recebem uma bolsa-auxílio durante o período que realizam a extensão”, esclarece a gestora.

Conforme Gilbert Lucas, há parcerias com a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e várias outras instituições, para encaminhamento de residentes. “São convênios sem administração de recursos, apenas para aperfeiçoamento de estágios nas áreas de saúde, como enfermagem e fisioterapia”, explica.

BANCO DE LEITE – O Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital da Mulher é uma referência e está credenciado, na categoria A, pela Rede Global de Banco de Leite Humano. “O Banco de leite humano é um centro especializado e obrigatoriamente ligado a um hospital materno-infantil, responsável pela promoção, proteção e incentivo ao aleitamento materno e execução de coleta, processamento e controle de qualidade do leite humano. É uma instituição sem fins lucrativos, de suma importância para o salvamento de vidas, principalmente dos prematuros do Hospital da Mulher”, observa Gilbert Lucas.

Ainda Segundo a diretora, o leite materno é o melhor alimento para garantir os nutrientes necessários aos recém-nascidos até os seis meses de vida. Rico em proteínas, vitaminas, anticorpos, gorduras e água, ele é essencial para o bom desenvolvimento da criança, sendo também importante para saúde da mãe, diminuindo o risco do câncer de mama. Mas, em alguns períodos, há dificuldades de doação. “Em épocas como fim de ano, carnaval e São João, o número de doações cai consideravelmente”, lamenta.

A coleta pode ser realizada em domicílio ou nas dependências do hospital, quando as mães internadas têm excesso de leite e desejam fazer a doação. Conforme a gestora, as mulheres também podem levar os potes com leite diretamente no posto de coleta do BLH.

Segundo ela, toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno. “Para doar, basta ser saudável, não fumante e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. E as doadoras passam por uma entrevista junto à equipe do Banco de Leite. As campanhas de doação de leite materno são realizadas três vezes ao ano em períodos estratégicos, com palestras, ações educativas, divulgação em rádio e televisão”, completa a diretora.

Conforme Gilbert Lucas, o leite materno é essencial para a sobrevivência de bebês prematuros, especialmente os de baixo peso (menos de 2,5 quilos) que não conseguem sugar o peito de suas próprias mães. No entanto, a rede consegue suprir apenas 60% da demanda para os recém-nascidos internados nas UTI’s neonatais do Brasil. Isto quer dizer que 40% dessas crianças não conseguem se alimentar de leite materno. “Por isso toda ajuda é bem-vinda! Um pote de leite materno doado, por exemplo, é capaz de alimentar dez recém-nascidos internados, por dia. Dependendo do peso do bebê, cerca de um mililitro já é o suficiente para nutri-lo cada vez que ele for alimentado”, enfatiza.



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