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  • Feira de Santana, sbado, 20 de dezembro de 2025

Saúde

Ministro da Saúde assina contrato para compra de vacina contra a dengue produzida pelo Butantan

20 de Dezembro de 2025 | 12h 55
Ministro da Saúde assina contrato para compra de vacina contra a dengue produzida pelo Butantan
Foto: João Risi/MS

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou, nesta sexta-feira (19), em São Paulo, o contrato de aquisição das primeiras doses do imunizante contra o vírus da dengue. A vacina está sendo produzida pelo Instituto Butantan.

De acordo com a pasta, o contrato para a entrega dessas primeiras doses é de cerca de R$ 368 milhões. Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no início de dezembro, a Butantan-DV é o primeiro imunizante contra a dengue em dose única no mundo.

O imunógeno foi testado para ser aplicada na população brasileira entre 12 e 59 anos de idade. Nos próximos dias, o Butantan deverá entregar, ao Ministério da Saúde (MS), 300 mil doses da vacina, que serão utilizadas, pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), para imunizar voluntários que participaram das fases de estudo.

As doses também serão utilizadas para vacinação nos municípios de Botucatu, em São Paulo (SP); Maranguape, no Ceará (CE); e, possivelmente, em Nova Lima, no estado de Minas Gerais (MG), onde serão feitos estudos para avaliar a vacinação em massa da população.

A expectativa do ministro Alexandre Padilha é de que as primeiras doses do imunizante já comecem a ser aplicadas entre os dias 17 e 18 de janeiro de 2026. “Vários estudiosos apontam a possibilidade de uma alta capacidade de controle da infecção e do quadro epidêmico da dengue se a gente chegar entre 40% e 50% da população vacinada. Vamos começar a vacinação nessas cidades para acompanhar o impacto que isso tem. Vamos acompanhar isso por um período, para avaliar aquilo que pode ser uma parte importante da estratégia do resultado da aceleração da vacinação no país”, explicou.

Conforme Padilha, até o final do mês de janeiro, o Butantan deverá entregar mais 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde, que serão utilizadas para vacinar os profissionais da Atenção Primária, que atuam nas unidades Básica de Saúde (UBS) e em visitas domiciliares.

Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, garantiu a entrega das doses. “A gente espera fazer o envio já nos próximos dias, para o Ministério da Saúde, através do Programa Nacional de Imunizações, para que o órgão possa fazer a implementação da vacinação, além do compromisso já assumido de que mais 1 milhão de doses chegarão às mãos do ministério até o fim de janeiro”, garantiu.

Kallás destacou, ainda, que o Butantan “vem trabalhando duramente” para ampliar sua capacidade produtiva, com parceiros. Também para fazer “esse numerário crescer bastante, especialmente a partir do segundo semestre de 2026”. “Com isso a gente espera atender uma grande quantidade de pessoas, no enfrentamento da dengue”, acrescentou.

Conforme o Butantan for entregando mais doses, o Ministério da Saúde irá estender a vacinação ao público geral. Padilha enfatizou que a campanha deverá começar pelos adultos de 59 anos e avançar, gradualmente, até atingir os jovens de 15 anos.

Os adolescentes brasileiros, entre 10 e 14 anos, já vêm sendo vacinados contra a dengue, por meio de outro imunizante, que foi criado pelo laboratório japonês Takeda e que é aplicado em duas doses.

Desde 2024, quando o Brasil se tornou o primeiro país a incorporar esse imunizante japonês na rede pública, mais de 7,4 milhões de doses já foram aplicadas. Para 2026, o Ministério da Saúde garantiu a compra de mais 9 milhões de doses dessa vacina.

Os idosos acima de 60 anos ainda não poderão ser vacinados com o imunizante do Butantan, uma vez que não foram feitos estudos clínicos com esse público. Segundo o Butantan, os estudos com o público acima de 60 anos deverão ter início em janeiro.

A vacina Butantan-DV utiliza a tecnologia de vírus vivo atenuado e foi desenvolvida, pelo Butantan, a partir de uma parceria articulada entre o Ministério da Saúde e a empresa chinesa WuXi Vaccines.

Com esse convênio, a expectativa é de que 30 milhões de doses possam ser entregues, ao Ministério da Saúde, até o segundo semestre de 2026. “Essa é uma vacina 100% nacional, 100% brasileira, desenvolvida pela obstinação, teimosia, capacidade técnica, otimismo, crença e muito trabalho de um conjunto dos pesquisadores, trabalhadores e servidores do Instituto Butantan”, destacou Padilha.

Segurança – Durante o evento de assinatura do contrato, o ministro reforçou que o imunizante contra a dengue desenvolvido pelo Butantan é muito seguro e que as pessoas podem tomá-la sem medo. “Eu sou infectologista e especialista em infecções e em vacinação. Tenho uma filha de 10 anos de idade e ela toma todas as vacinas que a gente procura no Sistema Único de Saúde (SUS). Eu não aplicaria na minha filha uma vacina que eu não tivesse a segurança, a qualidade e a eficácia. Então, a primeira coisa que eu quero dizer para a população é que a vacina que estamos comprando, hoje, através desse contrato, é uma vacina que é segura, tem qualidade e passou por vários processos de avaliação antes do registro da Anvisa. Mais de 70% das pessoas que já tomaram essa vacina não tiveram sinais de sintomas de dengue. Mais de 90% não tiveram sinal de dengue grave e ninguém que tenha tomado foi hospitalizado por dengue”, ressaltou.

Após os estudos clínicos, o imunizante do Butantan foi analisado e aprovado pela Anvisa para que fosse aplicado na população. De acordo com esta avaliação técnica, a Butantan-DV apresentou eficácia global de 74,7% contra a dengue sintomática, na população de 12 a 59 anos. Isso significa que, em 74% dos casos, a doença foi evitada por conta da vacina.

A dose também demonstrou 89% de proteção contra formas graves da doença e contra formas de dengue com sinais de alarme, conforme publicação na The Lancet Infectious Diseases.

No ano passado, o Brasil registrou 6,5 milhões de casos prováveis de dengue – quatro vezes mais do que em 2023, de acordo com o Ministério da Saúde. Em 2025, até meados de novembro, foram notificados 1,6 milhão de casos prováveis. Desde o começo dos anos 2000, mais de 20 milhões de brasileiros já foram acometidos pela doença.

Apesar da queda no número de casos esse ano e com a estratégia da imunização, o ministro alerta que a população brasileira não deve se descuidar do combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypti, vetor de transmissão do vírus. “A vacina da dengue é algo para a gente celebrar e comemorar. Ela é uma arma poderosa, mas não é motivo para a gente baixar a guarda no controle de criadouros. É necessário enfrentarmos a ameaça, tendo essas novas armas muito poderosas, mas mantendo as ações cotidianas para evitar a presença do mosquito”, afirmou.

Dengue – A dengue é uma arbovirose que causa febre alta, dor atrás dos olhos, dor no corpo, manchas avermelhadas na pele, coceira, náuseas e dores musculares e articulares.

Uma das principais formas de prevenção é o combate ao mosquito transmissor. Isso pode ser feito eliminando água parada ou objetos que acumulem água, como pratos de plantas ou pneus usados.

 

 

 

 

 


 

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



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