Em carta datada do dia 31 de janeiro, os médicos do Hospital Estadual da Criança suspenderam parte das atividades, devido a atraso no pagamento do salário de dezembro.
Em julho os médicos ficaram três semanas parados pelo mesmo motivo. Está marcada para hoje uma reunião com a direção. Os grevistas reclamam ainda de nunca terem sido contratados desde que a direção do hospital foi assumida, há um ano e meio, pela Liga Álvaro Bahia contra a Mortalidade Infantil (LABCMI). Classificam a situação como “realidade anômala de informalidade”.
A exemplo do movimento feito no ano passado, o serviço não será totalmente suspenso. O hospital inclusive está realizando durante este mês um mutirão oferecendo diversos exames gratuitos. Ficam paradas as consultas e o recebimento de novos pacientes.
Veja abaixo a íntegra da carta que anuncia a paralisação:
Os médicos do Hospital Estadual da Criança (HEC) comunicam que a partir da próxima quinta-feira, dia 02 de fevereiro de 2017, os atendimentos serão suspensos devido ao reiterado problema relacionado ao atraso na remuneração dos médicos que trabalham no hospital.
No momento a remuneração referente ao mês de dezembro de 2016 encontra-se em atraso e sem previsão estabelecida de regularização.
O Hospital Estadual da Criança tem sua gestão terceirizada pelo governo do estado da Bahia para a Liga Álvaro Bahia contra a Mortalidade Infantil (LABCMI) desde junho de 2015. Desde que assumiu a administração do HEC, a Liga Álvaro Bahia ainda não estabeleceu relação contratual formal com os médicos que trabalham na unidade, reforçando ainda mais a insegurança na atuação profissional dos médicos que além de remuneração atrasada ainda se veem enfrentando esta realidade anômala de informalidade.
Serão realizados apenas atendimentos de casos graves com risco de morte na emergência pediátrica. Estarão suspensas as seguintes atividades:
- consultas ambulatoriais nas diversas especialidades pediátricas, incluindo gastropediatria, bucomaxilofacial, pneumopediatria, ortopedia, nefropediatria, neurocirurgia e cirurgia pediátrica.
- transferências de pacientes de outras unidades do estado para UTIs pediátricas, UTI neonatal,, enfermarias e emergência do HEC;
- atendimentos não emergenciais no Pronto Socorro.
O lugar de Lúcio Vieira Lima na chapa de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara sequer estava garantido. Mesmo assim, o Diário Oficial do governo estadual publica hoje a exoneração de Fernando Torres (PSD), para voltar à Câmara Federal. Seria parte de um acordo de apoio mútuo entre PMDB e PSD envolvendo a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia, diz a imprensa da capital.
É o caso de se questionar, a princípio, o que Rui Costa e seu governo têm a ver com um acordo entre um partido que é seu aliado e um que lhe faz oposição, para destronar Marcelo Nilo da presidência do Legislativo.
Por que ele teria que dar aval a isto, para favorecer um deputado baiano que logo estará acima de tudo empenhado em livrar-se de acusações na operação Lava Jato, e cuja importância relativa em Brasília resulta do poder declinante de um inimigo do PT, o irmão de Lúcio, ex-ministro quase réu, Geddel?
Por outro lado Rodrigo Maia não é o candidato do PT à presidência, já que o partido formalmente declarou apoio ao pedetista André Figueiredo. Assim, a manobra proporcionada pelo decreto de hoje de Rui Costa retira do suplente de Torres, Robinson Almeida (PT) a possibilidade de votar segundo a orientação do partido.
O governador não poderia negar ao PSD esta concessão? Se não pode, sob pena de ser retaliado pelo partido aliado comandado pelo senador Otto Alencar, é um sinal de fraqueza de causar perplexidade. Se pode, mas mesmo assim o fez, então talvez estivesse distraído quando assinou a exoneração.
Bem, como é impossível crer que Rui assinou sem ler, restaria a segunda hipótese, a de não poder resistir à pressão do PSD. Parece-me incrível também.
Em primeiro lugar, Ângelo Coronel baterá continência, é claro, para Otto Alencar. Sem a liderança do senador, não haveria sequer a candidatura do deputado agora candidato único à presidência da Assembleia Legislativa. Ou seja, Otto tem o controle da Assembleia Legislativa e vai utilizar isto para se fortalecer ainda mais no cenário estadual.
A questão é qual influência terá ACM Neto e a oposição sobre o presidente que será aclamado hoje na Assembleia Legislativa. O posicionamento do bloco ao apoiar o candidato do PSD foi decisivo, é claro, para tirar Marcelo Nilo do páreo. DEM e companhia queriam e conseguiram impor uma derrota ao candidato do governador.
Coronel, entretanto, não deixa de ser de um partido aliado de Rui Costa. Como conseguirá equilibrar a gratidão aos opositores com o atendimento aos interesses do governo estadual é algo que só o exercício prático do poder vai esclarecer.
PS: A guinada na eleição, que era prevista para ser uma disputa voto a voto e agora nem disputa é mais, favoreceu Ângelo Almeida, eleitor declarado de Nilo, que seria substituído pelo titular de sua cadeira, Vítor Bonfim (PDT), que sairia da secretaria de Agricultura só para votar em Ângelo Coronel. A manobra tornou-se desnecessária.
“Acabei de conversar com a gerência da empresa e neste momento todos os 51 ônibus estão no município e já começaram a rodar de acordo com as ordens de serviço”, declarou agora há pouco no Acorda Cidade o secretário de Transportes e Trânsito, Pedro Boaventura.
Pois é. Apareceram os ônibus que a empresa tinha escondido, para que não fossem apreendidos por ordem judicial solicitada pela Mercedes Benz, por falta de pagamento dos veículos comprados por meio de financiamento em 2012.
A PM encontrou 35 numa fazenda em Serrinha. Outros foram parecendo na medida em que a pressão aumentou sobre a prefeitura, cobrada em sua responsabilidade como poder concessionário.
Evidente que a “normalidade” apregoada desde sábado pelo secretário de Transportes nunca encontrou respaldo nos fatos. Veículos de comunicação da cidade mostraram ônibus superlotados e passageiros esperando ainda muito mais tempo do que esperam normalmente pelo transporte de todo dia. O inexplicado desaparecimento de um quinto da frota começou a chamar atenção no estado e virou até notícia nacional no plantão do G1 exibido na tarde de ontem na TV Globo.
A gravidade do caso ensejou longa reunião ontem do prefeito José Ronaldo com o secretário Boaventura, que por sua vez terá reunião hoje para acertar os ponteiros com as empresas.
Na mesma entrevista concedida agora de manhã ao repórter Paulo José, o secretário disse não saber se a empresa Rosa conseguiu quitar a dívida que gerou a ordem de busca e apreensão que levou ao sumiço dos veículos antes que fossem retomados pelo fabricante. Ou se a empresa obteve um acordo com o credor Mercedes Benz. Ou ainda se conseguiu reverter a decisão judicial.
Ou seja, até o momento não está claro se o transporte coletivo em Feira de Santana retomará logo seu precário equilíbrio.
Em novembro o governo do estado divulgava que “o viaduto para interseção da rodovia federal BR-324, sentido Salvador, com a Avenida Nóide Cerqueira, em Feira de Santana, está com mais de 60% da obra concluída”.
Ontem por meio da assessoria, a imprensa foi informada de que a Conder considera prontos 65% da obra.
Se continuasse a avançar neste ritmo levaria 21 meses, quase dois anos, para ficar pronta. Segundo a Conder, entretanto, o fim virá no segundo semestre.
A avenida Nóide Cerqueira foi inaugurada no ano eleitoral de 2014, no dia 28 de agosto. A falta do viaduto foi uma grande decepção, já que a finalidade era criar uma nova ligação com a BR 324 desafogando a região do viaduto do Cajueiro. O serviço ficou pela metade mas logo o estado providenciou o lançamento do edital de licitação para construir o viaduto e a ordem de serviço saiu em outubro do mesmo ano. Desde então a obra caminha lentamente.
Em 2015, o deputado Zé Neto anunciou que um acerto entre o estado e a Coelba “destravaria” os trabalhos.
Já em março de 2016, durante visita com a direção da Via Bahia, Zé Neto prometia entregar a obra até junho. Mas junho do ano passado.
O custo do viaduto é estimado pelo governo em cerca de R$ 11 milhões (os números têm variado um pouco conforme o tempo passa).
Nos últimos anos, para ficar só em alguns exemplos, o estado já inaugurou em Salvador uma ampliação da avenida Orlando Gomes, ao custo de R$ 160 milhões, a segunda etapa da Linha Vermelha, para desafogar o trânsito da região de Águas Claras e BR-324, ao custo de R$ 50 milhões, e, sem contar o metrô, realiza por etapas uma grande intervenção denominada Linha Azul, para interligar a orla com o subúrbio ferroviário, que inclui a construção de quatro túneis e tem custo de R$ 650 milhões.
Natural. O cidadão do interior é um subcidadão para os governos estaduais. E Salvador incha com os que para lá migram fugindo do desamparo.