Citado em um áudio que circulou pelo Whatsapp, onde foi chamado pela sindicalista Marlede Oliveira de inimigo da categoria dos professores e lambe-botas do prefeito e da secretária Jayana Oliveira, o radialista Joilton Freitas tentou ontem confirmar ao vivo por telefone durante seu programa Rotativo News, as opiniões da diretora da APLB sobre ele.
Ela, no entanto, evitou de todas as formas assumir que tinha falado, postando-se como se tivesse sido ela a ofendida. “O que eu lhe fiz pra você agora me perseguir? Você agora utiliza do seu microfone para me atingir pessaomente e moralmente todos os dias”, rebatia, exaltada como sempre. Joilton insistia em obter a confirmação dela sobre o áudio. E nesta discussão mais de 15 minutos se passaram até que Marlede desligou a ligação.
No áudio em que ataca Joilton, Marlede reclama de um outro, que circula desde a semana passada, no qual em entrevista, ela admite que os professores da rede pública ganham melhor que na rede particular, apesar dos resultados serem ruins no ensino público (o que Marlede atribui a problemas diversos de estrutura, jamais responsabilizando os professores).
Este áudio é de entrevista concedida pela sindicalista em outubro de 2015, para um debate promovido pelo programa de Joilton, em conjunto com a Tribuna Feirense, acerca da educação. A entrevista de Marlede foi concedida a mim, e foi uma das que foram exibidas ao longo da semana com pessoas da área, que antecederam os debatedores (os outros entrevistados foram o fundador do Colégio Helyos, Teomar Soledade e a ex-reitora da Uefs, Anaci Paim). Posteriormente foi reproduzida online e na edição impressa do jornal.
A sinceridade de Marlede falando dos salários dos professores no ensino público ficou guardada como um trunfo pelos seus adversários no governo municipal e voltou a circular agora, por causa do momento crítico em que as partes se enfrentam mais uma vez, numa circunstância em que o prefeito parece menos disposto a ceder do que em 2016 e 2015, falando até em corte do ponto de quem não voltar ao trabalho (os professores fazem assembleia hoje de tarde).
Na discussão de ontem (em que Joilton, diga-se de passagem não perdeu a calma em nenhum momento), o radialista chegou a dizer no final “nos vemos na Justiça”, adiantando que deve formalizar um processo contra Marlede, mesmo sem que ela tenha confirmado a autenticidade do áudio (ao longo da discussão, por sinal, ela insinuou que poderia se tratar de uma montagem).
A prefeitura de Feira de Santana implantou uma ampla rede de postos de saúde, que cobrem quase toda a cidade. No entanto, muitos deles são objeto constante de reclamação por serem considerados inadequados pelos usuários.
Casas alugadas na periferia, naturalmente precárias, acabam virando instalações médicas improvisadas. Ontem o reboco da sala onde o médico atende os pacientes caiu no posto de Santo Antônio dos Prazeres. Curioso é que neste caso trata-se até de uma casa ampla, aparentando boas condições, melhor do que muitos outros postos encontrados na cidade.
O paciente Alfredo Rodrigues, que estava sendo atendido no momento, tomou um susto enorme. Disse à TV Subaé que se consultava por causa de um problema de pressão alta. E com o acidente — quando ainda teve que agir rápido para puxar de dentro da sala a mulher e filho, um bebê, que o acompanhavam — a pressão foi a 24 e ele acabou inconsciente.
Na entrevista à TV estava mais calmo. Antes, falou indignado em um vídeo gravado em celular (assista acima) por um popular que, como o próprio Alfredo, gravava a cena. “Um absurdo. A prefeitura não põe lugares específicos e organizados para um posto para atender pessoas e crianças. Acontece o que aconteceu. Eu, um pai de família, o meu filho ia morrendo, eu ia me acabando, o doutor ia morrendo. Bonito. Parabéns, José Ronaldo”, protestou.
A secretária Denise Mascarenhas garantiu que o médico teve apenas ferimentos leves e disse que mandaria verificar a situação do local.
Em edição de novembro de 2014 a Tribuna Feirense registrou a prestação de contas de campanha dos candidatos ao governo da Bahia. A Cervejaria Petrópolis (Itaipava) era a grande doadora. Tanto de Rui Costa, o petista que venceu, quanto de Paulo Souto (DEM), o candidato derrotado.
Onde estava a Odebrecht? Oficialmente participou de forma irrelevante, financeiramente, com menos de R$ 500 mil para cada um deles, enquanto a cervejaria jorrou R$ 7 milhões para um e R$ 5,5 milhões para outro.
Mas talvez não tenha sido bem assim. A Odebrecht doava por meio da Itaipava. Foi o que confessou Benedicto Júnior, ex-presidente da empreiteira baiana, em depoimento ao TSE, no processo ironicamente aberto pelo PSDB, para cassar a chapa Dilma/Temer, logo após a eleição.
Os estudantes do município de Feira de Santana vão permanecer sofrendo os efeitos da greve dos professores. Em assembleia nesta sexta-feira (24), convocada pela APLB, ficou decidido que após 10 dias de paralisação, a rede estadual retornará às aulas. Mas na municipal a greve continua.
“A Rede Municipal tem uma pauta específica e a categoria continua a greve porque não houve avanço nas negociações com o governo municipal”, alegou o sindicato em nota distribuída à imprensa.
O estado chega em 2017 ao segundo ano consecutivo sem reajuste. A alegação é que o gasto com pessoal ultrapassa os limites determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Apesar disso, a greve acaba nesta segunda-feira. Foi um protesto de 10 dias, convocado por agremiações nacionais de sindicatos, voltado principalmente para marcar posição contra a reforma da Previdência.
O sindicato dos professores resolveu endurecer apenas com o município, com quem já vinha insatisfeito pela aprovação do projeto que aumenta o desconto salarial para pagar a previdência municipal.
“Diversas foram as reuniões, onde se discutiram o Plano de Carreira unificado, o Reajuste de 7,64% retroativo a janeiro, o Enquadramento e o pagamento da licença pecúnia, mas até o momento não houve nenhuma resposta sobre a pauta”, justificou o sindicato.
Na próxima segunda-feira, 27, a partir das 9 horas os grevistas se reunirão em frente à prefeitura. Eles querem ser recebidos em audiência pelo prefeito José Ronaldo.
A votação do projeto que aumentou o desconto dos servidores para a Previdência Municipal é só mais uma prova eloquente do grau de poder do prefeito José Ronaldo em Feira de Santana, sem que haja qualquer outra força a lhe fazer ao menos sombra.
Temos uma alegação de que há déficit. Não quero contestar sua existência. Não acredito que o governo fosse inventar o dado. Nem quero que a arrecadação municipal, já muito comprometida com o pagamento de salários, tenha que bancar também aposentadorias, mais do que já o faz, em detrimento das imensas necessidades que a cidade e a maioria de sua população possuem.
O que espanta é o quanto o debate é raso ou inexistente e com pouco esforço o governo aprova o que quer. Diz-se que há um déficit, mas não há um detalhamento. Houve apenas uma audiência pública, por convocação do vereador Roberto Tourinho, na qual compareceram técnicos do Instituto de Previdência e quase nenhum representante de quem vai pagar a conta.
Qual é o tamanho do déficit? Com o aumento escalonado de 2017 a 2019, quanto se vai arrecadar a mais? O problema fica resolvido ou logo adiante vai ter que mexer de novo? A intensa utilização pela prefeitura de mão de obra terceirizada, via cooperativas, é danosa à previdência, por limitar a entrada de novos contribuintes no sistema? Qual seria o impacto de transformar em servidores públicos efetivos esse batalhão de terceirizados? Nada disso se discute, nada se esclarece.
À oposição falta número, como é óbvio, mas faltam também argumentos (com a necessária ressalva da desenvoltura que vem sendo demonstrada pelo novato Zé Filé). Refiro-me aqui à oposição na Câmara, Mas onde estão Ângelo Almeida, Zé Neto e Fernando Torres? Ou acham que o tema não lhes diz respeito?
Arrancando concessões do governo municipal em Feira de Santana nos últimos anos, há somente a APLB, o sindicato dos professores. O problema é a mentalidade bélica de sua dirigente maior, Marlede Oliveira, adepta da concepção de que se pode sempre ganhar no grito.
Comportam-se, os professores, de forma mal educada, não deixam os vereadores falarem, sobem nas mesas, invadem plenário e na terça-feira, chegaram ao ápice da autodesmoralização, quando um membro do grupo — pelas imagens aparentemente instigado por outro que lhe fala ao ouvido — resolve que seria uma boa ideia arremessar uma cadeira contra o vidro que separa vereadores e público.
O que ele conseguiu foi aplainar o caminho para aprovação do aumento do imposto. E gerar a convocação de Marlede para depor na polícia. E ainda pode comemorar, porque poderia ter sido pior, caso o vidro tivesse se quebrado ou alguém tivesse se ferido com gravidade.
Um estilo bem diferente de José Ronaldo, que não gosta de briga e prefere cooptar todo que estiver disposto a passar para seu lado. Ele não tem culpa se seus poucos adversários apostam no confronto, mesmo perdendo sempre.